O cantor, compositor e ator Renato Mesquita interpreta o protagonista, um ex-policial que se torna assassino de aluguel, em Direito de Matar. A obra cinematográfica é uma produção da GR Produções, produtora de Mesquita.
Direito de Matar é uma adaptação moderna de L'insoumis, um thriller francês no estilo Nouvelle Vague, de 1964. O filme se passa entre 1954 e 1962, durante a Guerra da Argélia pela independência, e apresenta os dilemas morais e pessoais de um soldado francês.
“Paul, interpretado por Alain Delon, tenta lidar com seu papel no conflito e com as consequências psicológicas da guerra. O filme é uma análise profunda das emoções e dilemas internos do protagonista, explorando temas como a resistência, o isolamento e a busca por um sentido em meio ao caos da guerra”, conta o ator e produtor.
Segundo Mesquita, com o remake, a GR Produções traz a história para os dias atuais, muda completamente o contexto, mas mantém o núcleo emocional e os dilemas do protagonista.
“Ao transferir a trama para o Brasil contemporâneo, vou reinterpretar o personagem de Paul, tendo as favelas como pano de fundo. O personagem é um jovem envolvido em um conflito interno relacionado às disputas territoriais e à violência das facções criminosas”.
O ator revela que o roteiro já está concluído e seu personagem será contratado por um político para sequestrar e matar uma repórter criminal, que investiga e descobre o envolvimento do político com o tráfico.
“O assassinato teria a intenção de culpar uma facção criminosa rival, forçando o início de uma guerra civil, porém o matador se apaixona pela vítima. Os dois tornam-se inimigos do Estado e da comunidade e alvos de uma caçada”, revela o ator.
Mesquita explica que o protagonista será envolvido em uma luta pela sobrevivência, com a constante sensação de ameaça, a perda de identidade e os dilemas morais presentes também no original.
“A sensação de estar em um ‘campo de batalha’ social, sem apoio do Estado, mas tendo que tomar decisões difíceis entre lealdade e sobrevivência, será o cerne da adaptação”, detalha Mesquita.
Apresentação de questões sociais e interpretação
Para o ator, as favelas brasileiras, com sua complexidade social, são o cenário perfeito para explorar uma história de conflito e desconstrução pessoal. Ele afirma ainda que a adaptação será uma reflexão sobre o isolamento, as escolhas difíceis e o confronto entre moralidade e sobrevivência em um contexto urbano marginalizado.
“Com essa adaptação, busco homenagear não só o filme original, mas também trazer à tona questões do Brasil atual, como a marginalização das favelas, as tensões entre facções, e o processo de luta e resistência diária de quem vive nessas comunidades”, pontua o ator.
Para Mesquita, existem semelhanças no trabalho de um compositor e de um ator. “Cada uma dessas áreas exige imersão, sensibilidade e um olhar atento aos detalhes. Quando crio um personagem, estou mergulhando em outra realidade, dando vida a uma história. Compor é semelhante, há uma entrega emocional, uma busca por verdade e expressão”.
Por trás das câmeras, na produção cinematográfica, Mesquita aponta que o desafio é unir visões para contar uma história em conjunto. “É como compor uma música em grupo, cada instrumento tem seu papel. Há uma necessidade de comunicação, colaboração e criatividade. No fim, é sobre narrar, seja com palavras, melodias ou imagens, e encontrar formas autênticas de tocar as pessoas”.
Etapas de produção e lançamento
Conforme explica o ator, a GR Produções busca se posicionar no mercado como uma produtora independente com proposta de cinema autoral. “Apostamos em projetos autorais e de nicho, mas com potencial artístico, comercial e de adaptação para o público internacional”.
De acordo com Mesquita, o modelo de negócio se espelha no modo de distribuição de filmes em plataformas de streaming, por oferecerem um grande alcance, permitindo que filmes de orçamentos mais baixos se tornem lucrativos, sem a necessidade de grandes lançamentos nos cinemas.
“Com a evolução das plataformas de streaming e a crescente demanda por conteúdo diversificado e de qualidade, produtoras como a GR Produções têm a oportunidade de seguir esse caminho e explorar o mercado global de maneira mais assertiva”.
Direito de Matar está na fase de distribuição, ou seja, negociação com os canais de exibição. De acordo com Mesquita, esse momento é uma mistura de arte e negócios, e a GR produções trabalha principalmente com duas distribuidoras, uma responsável pelos mercados locais e uma distribuidora internacional. As gravações iniciam no segundo semestre de 2025.
“Nesta etapa, o objetivo é equilibrar a integridade criativa com as demandas comerciais. Isso requer entender as preferências e regulamentos específicos de cada região. Para esta produção, visamos canais ou plataformas de entrada como emissoras de TV, plataformas de streaming, canais a cabo ou exibições independentes”, destaca Mesquita.
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